O vírus do couro de sapo da mandioca

Paulo Ernesto Meissner Filho
Karinna Vieira Chiacchio Velame

 

          Esta virose foi relatada pela primeira vez na Colômbia em 1971. Sob condições favoráveis, a redução do rendimento de raízes pode atingir 80% e no teor de amido acima de 50%. No Brasil, a doença foi constatada no Amazonas, Pará e Bahia.

          O couro de sapo é causado pelo vírus do couro de sapo da mandioca (“Cassava frogskin disease”, CFSD). As plantas infectadas geralmente apresentam a parte aérea vigorosa, sem sintomas evidentes. Já as raízes não engrossam, não acumulam amido e tornam-se fibrosas. A sua epiderme fica corticosa, apresentando rachaduras longitudinais.

          O CFSD é transmitido pelo uso de manivas infectadas e pela mosca-branca (Bemisia tuberculata). A taxa de transmissão natural no campo é baixa, sendo então possível reduzir as perdas pela utilização de material propagativo livre de vírus.

          Os sintomas produzidos nas raízes são muito característicos, permitindo a identificação da presença desta virose quando da colheita.

          A variedade Secundina é utilizada como indicadora do CFSD nos testes de indexação, produzindo sintomas de mosaico cerca de 20 dias após a inoculação. Enxertam-se estacas da ‘Secundina’ sobre a planta suspeita de infecção. Nesta situação ocorrem sintomas de deformação acentuada das folhas e raquitismo das plantas.

          O isolamento e a análise de RNA de fita dupla (dsRNA) em gel de agarose também servem para diagnosticar a presença do couro de sapo.

          Para o controle desta virose deve-se erradicar todas as plantas infectadas, usar para o plantio manivas livres de vírus, desinfestar as ferramentas utilizadas no preparo das mudas para plantio com água sanitária e adotar medidas quarentenárias para as áreas nas quais esta virose não ocorre. Para os novos plantios, deve-se coletar manivas apenas em plantas que apresentem raízes normais.

*Artigo encaminhado ao Infobibos por Léa Cunha, Jornalista da Área de Comunicação e Negócios da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical - Cruz das Almas - BA


Paulo Ernesto Meissner Filho possui graduação em Agronomia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1982), especialização em Transformation Methods And Analysis Of Gene Expres pelo Centro Nacional de Recursos Genéticos Embrapa Recursos Genéticos (1997), especialização em Enfermedades de Citricos Diagnostico Moderno pela Universidad Nacional de La Plata (1999), mestrado em Fitopatologia pela Universidade de Brasília (1986), doutorado em Fitopatologia pela Universidade de Brasília (1996). Atualmente é Pesquisador III da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Mandioca e Fruticultura Tropical, Cruz das Almas, BA. Tem experiência na área de Agronomia , com ênfase em Fitossanidade. Atuando principalmente nos seguintes temas: Patchuli, Pogostemum patchuli, Patchouli virus X, Potexvirus, vírus.
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: meissner@cnpmf.embrapa.br

Karinna Vieira Chiacchio Velame: possui graduação em Agronomia pela Universidade Federal da Bahia (1997) e mestrado em Agronomia pela Universidade Federal da Bahia (2000). Tem experiência na área de Agronomia, com ênfase em Fitossanidade. Atuando principalmente nos seguintes temas: Maninhot esculenta Crants, Mosaico Comum da Mandioca, CsCMV, Indexação. Bolsista da FAPESB.
(Texto gerado automaticamente pela aplicação CVLattes)

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Dados para citação bibliográfica(ABNT):

MEISSNER FILHO, P.E.; VELAME, K.V.C. O vírus do couro de sapo da mandioca. 2006. Artigo em Hypertexto. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2006_3/CouroSapo/index.htm>. Acesso em:


Publicado no Infobibos em 22/11/2006