PRODUÇÃO INTEGRADA DE BANANA NO NORTE DE MINAS GERAIS:

AVALIAÇÃO PRELIMINAR DA CONFORMIDADE EM ÁREAS DE PRODUTORES PARTICIPANTES

Ana Lúcia Borges
Zilton José Maciel Cordeiro

A Produção Integrada de Banana no Norte de Minas Gerais iniciou-se em março de 2005 com seis produtores, abrangendo cinco municípios da região. Um ano após, estavam inseridos no projeto 14 produtores, com aumento aproximado de 120% da área sob o manejo de boas práticas agrícolas (PI-Banana). Estão sendo contemplados oito municípios num raio de 200 km.

As variedades de banana são a Prata Anã e a Grande Naine, irrigadas por microaspersão, com água de poço ou de rio (São Francisco ou seu afluente). As idades dos bananais variam de 6 meses a 12 anos, cultivados em Latossolos eutróficos e distróficos, de texturas média, arenosa e areno-siltosa.

A lista de verificação para adequação do campo à produção integrada de banana (LVPIB) aplicada em oito propriedades mostrou, quanto às áreas temáticas, que existe uma preocupação ambiental dos produtores, com conformidade acima de 50%, onde há definição das fontes de poluição e destinação do lixo, principalmente o orgânico, que é utilizado na compostagem. Contudo, falta um programa de monitoramento da disponibilidade de metais pesados e nitratos na água e no solo.

Quanto às áreas temáticas 4 (material propagativo), 5 (implantação de pomares), 6 (nutrição das plantas) e 7 (manejo do solo), a conformidade com as Normas Técnicas Específicas (NTEs) atinge 100%, notadamente a nutrição das plantas, considerando que as análises de solo e folhas são realizadas quatro a seis vezes no ano. Além disso, como a bananeira restitui ao solo grande quantidade de resíduos, o solo está totalmente coberto e não há presença de plantas invasoras. Na área temática 8 (manejo da irrigação) são necessários ajustes na quantidade de água administrada por planta, com base nos dados climáticos e na demanda da bananeira. Quanto ao manejo da parte aérea (9), nas áreas onde as plantas são sustentadas com fitilhos e ensacadas, os resíduos plásticos devem ser, além de coletados, levados para reciclagem; devem existir locais para entrega desse material. Quanto à proteção da planta, área temática 10, o monitoramento, principalmente para Sigatoka-amarela, está sendo feito e a tomada de decisão quanto à aplicação do agroquímico está embasada no nível de dano.

         Todas as propriedades possuem equipamentos de proteção individual (EPIs), utilizam produtos registrados pelo MAPA, alternam os ingredientes ativos e optam pelo uso de agroquímicos menos tóxicos ao homem e menos perigosos para o meio ambiente. Nas propriedades, os pontos de mistura dos agroquímicos precisam ser melhor estruturados, principalmente nos campos de pouso, quando a pulverização é aérea; além disso, as áreas precisam ser melhor sinalizadas, para evitar a entrada de pessoas e a colheita antes dos períodos de carência. Em nenhuma propriedade são feitas análises de resíduos nos frutos; assim, os produtores não possuem informações que indiquem que os resíduos não ultrapassam o limite máximo de resíduos (LMR) permitido. A expectativa é que, em 2007, pelo menos uma propriedade será certificada, recebendo o selo da PIF no Brasil. Certamente, esta certificação motivará os demais produtores a implementarem a PI-Banana no Norte de Minas Gerais, fortalecendo o setor produtivo tanto no mercado interno quanto externo.


Ana Lúcia Borges possui graduação em Agronomia pela Universidade Federal de Viçosa (1979), mestrado em Solos e Nutrição de Plantas pela Universidade Federal de Viçosa (1982) e doutorado em Agronomia pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (1993). Atualmente é Pesquisador III da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, Cruz das Almas, BA, Revisor de periódico da Revista Brasileira de Fruticultura, Revisor de periódico da Revista Brasileira de Ciência do Solo, Revisor de periódico da Magistra e Revisor de periódico da Ciência e Agrotecnologia. Tem experiência na área de Agronomia , com ênfase em Ciência do Solo. Atuando principalmente nos seguintes temas: Banana, Manga, Matéria Orgânica, Mata Nativa, Citros e Propriedades químicas.
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Zilton José Maciel Cordeiro possui graduação em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal de Viçosa (1978) , mestrado em Agronomia (Fitopatologia) pela Universidade Federal de Viçosa (1981), doutorado em Agronomia (Fitopatologia) pela Universidade de São Paulo (1997) e curso-tecnico-profissionalizante em Técnico Agrícola pela Universidade Federal de Minas Gerais (1974). Atualmente é Pesquidsador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, Cruz das Almas, BA. Tem experiência na área de Agronomia , com ênfase em Fitossanidade. Atuando principalmente nos seguintes temas: controle genético, virulência, agressividade, resistência vertical, Musa sp e Fungo. Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq - Nível 2
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Reprodução autorizada desde que citado os autores e a fonte


Dados para citação bibliográfica(ABNT):

BORGES, A.L.; CORDEIRO, Z.J.M.  Produção integrada de banana no norte de Minas Gerais: avaliação preliminar da conformidade em áreas de produtores participantes. 2007. Artigo em Hypertexto. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2007_1/banana/index.htm>. Acesso em:


Publicado no Infobibos em 24/02/2007

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