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A criação de ovinos em Roraima I – “Fora da Porteira”

por Amaury Burlamaqui Bendahan

 

A cadeia da ovinocultura no Brasil necessita ser mais bem organizada. Em Roraima, a situação não difere. Boa Vista é o principal mercado para carne ovina no Estado. Recente-se da disponibilização, tanto da baixa qualidade, quanto da irregularidade da oferta do produto. Soma-se isso, a falta de padronização da carne ofertada. Com escolha ( se é que há escolha ) do que comprar, pelo que há no momento.
 

Em geral são ofertadas carcaças com 15 a 22kg, em média, provenientes de machos castrados ou ovelhas de descarte, com preços ao consumidor entre R$ 13,00 e R$ 15,00. Esse fato desestimula muitos comerciantes a ofertarem em suas gôndolas e restaurantes a criarem pratos que possam oferecer com regularidade e qualidade garantida.
 

Os atuais consumidores são em maioria compostos de pessoas com tradição no consumo de carne de ovinos, além de consumidores esporádicos, principalmente em finais de semana. Ademais, se nesse primeiro momento, compram carnes de baixo padrão, dificilmente voltam às prateleiras.
 

Esses problemas são característicos de cadeia sem articulação. Para a atração de novos consumidores e à consolidação da fidelização são necessários oferta regular e preços atrativos. A par dos entraves citados, algumas dificuldades, como o alto custo de materiais genéticos, o abate clandestino, o manejo ineficiente dos recursos forrageiros e inexistência do manejo do rebanho, também contribuem significativamente para que os resultados da exploração de ovinos em Roraima não sejam estimulantes, ficando a atividade relegada a segundo plano por quase todos produtores.
 

Ressalta-se, os ovinos representam importante alternativa de proteína animal, não somente aos criadores e moradores do interior do Estado, como também ao mercado emergente das grandes cidades, em que se destaca Manaus, que vêm consumindo de forma crescente carnes desta espécie. A ovinocultura no Estado de Roraima passa por momento importante e decisivo a seu desenvolvimento.
 

Diversos atores da cadeia entendem que algumas providências devem ser tomadas à organização da cadeia, onde a questão de mercado tem de estar ligada ao setor produtivo. No entanto, para que a ovinocultura em Roraima se transforme em negócio sustentável, gerando maiores rendimentos aos demais elos da cadeia, processamento, distribuição e varejista, é indispensável que sejam implementados, nos municípios e/ou microrregiões do Estado, programas voltados à adoção de tecnologias sustentáveis, com vista à superação dos principais entraves ao desenvolvimento e à sustentabilidade da cadeia produtiva.
 

Nesse sentido é indispensável a participação e o comprometimento de todos os atores envolvidos no processo (governos federal, estadual e municipal, técnicos, produtores, associações, indústrias processadoras, prestadores de serviço, comerciantes, instituições financeiras e instituições de ensino e pesquisa), para o estabelecimento de estratégias e metas articuladas entre todos os elos da cadeia produtiva da ovinocultura.

 


Amaury Burlamaqui Bendahan possui graduação em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal Rural da Amazônia (1990) e mestrado em Ciência Animal pela Universidade Federal do Pará (1999). Atualmente é Pesquisador da Embrapa Roraima. Tem experiência na área de Agronomia , com ênfase em Extensão Rural. Atuando principalmente nos seguintes temas: pastagem, microrregião de castanhal-Pará, avaliação de pastagem.
(Texto gerado com base na aplicação CVLattes)

Contato:
amaury@cpafrr.embrapa.br



Reprodução autorizada desde que citado o autor e a fonte


Dados para citação bibliográfica(ABNT):

BENDAHAN, A.B. A criação de ovinos em Roraima I – “Fora da Porteira”. 2008. Artigo em Hypertexto. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2008_1/CriaOvinosFora/index.htm>. Acesso em:


Publicado no Infobibos em 13/01/2008 

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