Infobibos - Informações Tecnológicas - www.infobibos.com
 

RECUPERAÇÃO DE NASCENTES PELO PLANTIO DE ESPÉCIES DIVERSIFICADAS DE ÁRVORES

RECUPERATION  OF  WATER SPRINGS BY  PLANTING DIVERSIFIED TREES SPECIES

SCHALCH, H. C. S
STRADA, L. W.
 

O objetivo do trabalho foi aumentar a proteção vegetal de nascentes, evitando assoreamento. Com isso, favorecer a condução dos experimentos em aqüicultura em tanque-rede e viveiros escavados, sustentar uma maior diversidade da flora e fauna no local e gerar um banco de germoplasma.

Em uma área de 1,7 hectares foram introduzidas 6.000 árvores de 60 espécies popularmente conhecidas: ingá-de-metro, mangostão, ingá-de-quina, jequitibá, tamarindo, jerivá-da-bahia, pau-brasil, calabura, ipê-branco ipê-roxo, ipê-amarelo, abiu, jaracatiá, pitanga, goiaba, ingá-mirim, embaúva, paineira, figueira, biribá, munguba, figueira, gairova, camucamu, entre outras.

Para a consolidação do projeto, providenciou-se a legalização do reflorestamento junto ao Departamento Estadual de Proteção dos Recursos Naturais (DEPRN). Após o recebimento de ofício expedido pelo Pólo Noroeste Paulista, o DEPRN comunicou à Policia Ambiental a sua concordância com a introdução das mudas. Segundo o órgão ambiental em se tratando de intervenção antrópica, positiva, nada impede o início do plantio. Este procedimento baseou-se na Resolução CONAMA nº 369, de 28 de março de 2006.

Para fazer o reflorestamento, foi firmado uma parceria entre Pólo Noroeste Paulista, a ONG Flora Tietê, que fez a doação de mudas para a recuperação da área, e a Escola Técnica Frei Arnaldo Maria de Itaporanga. Para a realização do plantio das espécies de árvores foram feitos “sulcos” na terra com equipamento apropriado local que foram feitas as covas das mudas. Em cada cova foram adicionados 200 gramas de adubo super simples, e o espaçamento entre as mudas foi de 2 metros e 3 metros entre as ruas. (CRESTANA, M. S. M, et al. 2004; SILVA, A. D, et al. 2004).

Os resultados são evidenciados pelo aumento da diversidade local da fauna, principalmente aves que se alimentam das árvores frutíferas introduzidas disseminando sementes para o próprio e outros locais e a garantia de abrigo e alimento para a fauna. As espécies pioneiras estão medindo de 4 a 5 metros, enquanto, as secundárias iniciais e tardias entre dois e 1 metro respectivamente.

Nos três últimos anos que antecederam o plantio das mudas, foi observada, uma redução de até 100% no volume de água das minas que abastece a represa. Contudo, no último ano de 2007 mesmo com um período de grande seca a vazão diminuiu, mas se manteve regular até o período das águas. Resultados aparentemente satisfatórios para o aumento da vazão e a manutenção dos experimentos em aqüicultura.

Com o crescimento das árvores será possível fazer um cálculo exato de quanto o reflorestamento influenciou no volume de água. A natureza sempre foi perfeita nos mínimos detalhes para que a vida ocorra, mas a ganância do homem em busca do dinheiro barrou esta perfeição, agora a nossa existência dependerá da nossa capacidade em conservar e ampliar ambientes naturais o mais breve possível.

 

As figuras abaixo representam todo o trabalho realizado:

Figura 1 - Área de 1,7 hectares
ruas,  antes do reflorestamento. 

Figura 2 – Marcação da distância entre as mudas e as abertura de covas.

Figura 3 – Distribuição das mudas à campo e adição de adubo super simples nas covas.

Figura 4 - Mudas em fase de crescimento após 6 meses do plantio.

Figura 5 – Vista das ruas e das linhas do plantio
Espaçamento entre as ruas três metros e entre as plantas dois metros.
Figura 6 – Aves Aratinga áurea alimentando-se das frutas geradas pelo reflorestamento.

Figura 6 – Variedades de mudas de árvores utilizadas no plantio.

Figura 7 – Vista da bateria de tanque-rede onde se desenvolve os experimentos em Aqüicultura.

 

Considerações Finais:

Podemos ter sucesso nos reflorestamentos já que hoje está se tornando uma necessidade. No entanto, medidas de controle de falhas devem ser tomadas. Deve-se ficar atento no momento do plantio, para determinar qual o tipo de solo do local de plantio. Pois normalmente não vem especificado qual espécie arbórea é de solo úmido ou seco. Outro ponto é evitar o ataque de formigas que podem causar grandes prejuízos e regularmente fazer o manejo de roçar para evitar o crescimento de gramíneas que podem atrasar o crescimento das plantas. Na época da seca e em outros dias que falte chuva é necessário molhar as mudas principalmente as recém plantadas

 

Referências

CRESTANA, M. S. M, et al. Florestas-Sistemas de Recuperação com Essências Nativas, Produção de Mudas e Legislações. 2ª ed. Campinas, CATI, 216p., 2004.

 

SILVA,A.D; et al. Recuperação Florestal: da muda à floresta / Secretaria do Meio Ambiente, Fundação para a Conservação e a produção Florestal do Estado de São Paulo, São Paulo: SMA, 112 p., 2004.

 

  • Apoio: PÓLO REGIONAL NOROESTE PAULISTA

Sergio Henrique Canello Schalch possui graduação em Medicina Veterinária pelo Fundação de Ensino Octávio Bastos (1996) , mestrado em Aqüicultura em Águas Continentais pelo Centro de Aqüicultura da Unesp (2002), doutorado em Aqüicultura pelo Centro de Aqüicultura da Unesp (2006) e aperfeicoamento em Aqüicultura pelo Centro de Aqüicultura da Unesp (1999). Atualmente é Pesquisador Científico da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios/Pólo Regional do Noroeste Paulista Votuporanga-SP. Tem experiência na área de Recursos Pesqueiros e Engenharia de Pesca, com ênfase em Patologia de Organismos Aquáticos. Atuando principalmente nos seguintes temas: enfermidades, hematologia e parasitos de peixes.
Contato:
sschalch@apta.sp.gov.br



Reprodução autorizada desde que citado o autor e a fonte


Dados para citação bibliográfica(ABNT):

BRASI, L.A.C.S.; DENUCCI, S.; PORTAS, A.A. Recuperação de nascentes pelo plantio de espécies diversificadas de árvores. 2008. Artigo em Hypertexto. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2008_2/nascentes/index.htm>. Acesso em:


Publicado no Infobibos em 20/05/2008

Veja Também...