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Pimentas: sabor com saúde

Fernanda Diniz
Bárbara Kamila M. Dias

Cláudio Bezerra

Elas sempre foram conhecidas pelo gosto forte característico e são indispensáveis como temperos em alguns pratos muito apreciados, como feijoada, moqueca, entre outros. Só que além de saborosas, as pimentas proporcionam também benefícios à saúde, como a liberação de endorfinas, substâncias fabricadas pelo cérebro humano que funcionam como “analgésicos” naturais no organismo. E tem mais: as substâncias picantes das pimentas melhoram a digestão estimulando as secreções do estômago e também facilitam a sua circulação, favorecendo a cicatrização de feridas (ulceras), desde que outras medidas alimentares e de estilo de vida sejam aplicadas conjuntamente. A pimenta possui ainda propriedades anticancerígenas e é muito rica em vitamina C.

A Embrapa, com sua grande equipe de pesquisadores em diversas unidades distribuídas por todo o Brasil, tem investido no melhoramento genético das pimentas e para conquistar mais espaço no contexto gastronômico, desenvolve variações de sabor e aparência que permitem a adaptação aos mais diferentes gostos. Hoje o mercado de pimenta mundial este cada vez mais diversificado e a Embrapa acompanha essa tendência, investindo em pesquisas para garantir as boas práticas na produção de conserva, molho e geléia.

Conservar para melhorar

Cláudio Bezerra

Um dos focos da pesquisa da Embrapa com pimentas, como explica o pesquisador da Embrapa Hortaliças, Geovani Bernardo Amaro, é conservar a maior quantidade possível de variabilidade genética dessa espécie para garantir material para o melhoramento genético. A coleção de pimentas da Embrapa Hortaliças do DF é hoje uma das maiores e diversificadas do mundo. “Essa coleção representa uma fonte de conhecimentos para a ciência, já que guarda genes e características que podem ser usados em cruzamentos para desenvolver novas variedades mais produtivas ou adaptadas às condições de mercado,” ressalta Amaro.

Além da coleção da Embrapa Hortaliças, á qual os cientistas chamam de ativa, já que as sementes e mudas são constantemente multiplicadas e manipuladas, os cientistas conservam também mais de 440 acessos de pimentas de diversas espécies em outra unidade de pesquisa da Empresa: a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, também localizada em Brasília. Lá as sementes são conservadas a longo prazo a 20°C abaixo de zero. “É como um backup”, explica o pesquisador.

Parcerias para desenvolvimento de novas variedades de pimentas

No Brasil, o agronegócio de pimentas movimenta, desde o processamento até à comercialização, cerca de R$ 80 milhões por ano. Segundo Amaro, a Embrapa tem investido muito na parceria com empresas privadas e associações de produtores para desenvolvimento de variedades resistentes a viroses e com características melhoradas para atender as exigências do mercado mundial.

As variedades de pimenta mais cultivadas no Brasil são: a “malagueta”, “dedo de moça”, “cumari” e “de cheiro”, entre outras. “Estamos apostando também em pesquisas com uma nova variedade que vem ganhando cada vez mais espaço no Brasil, como a “biquinho”, que é uma pimenta doce e já muito utilizada no triângulo mineiro, DF e São Paulo, entre outros estados. Foram lançadas também diversas linhagens que servem de base para corrigir doenças e duas cultivares de pimentas “jalapeño” que estão na sua fase final de registro”, afirma.




Reprodução autorizada desde que citada a autoria e a fonte


Dados para citação bibliográfica(ABNT):

DINIZ, F.; DIAS, B.K.M. Pimentas: sabor com saúde. 2008. Artigo em Hypertexto. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2008_2/pimentas/index.htm>. Acesso em:


Publicado no Infobibos em 19/05/2008

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