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CARNE DE CORDEIRO - UMA NOVA OPÇÃO À MESA
 

Eduardo Antonio da Cunha1

Mauro Sartori Bueno1

Luiz Eduardo dos Santos1

Cecília José Verissimo1

 

A produção de carne ovina representa hoje uma atividade cuja participação sócio-econômica é crescente na pecuária nacional e vem se firmando cada vez mais como alternativa de viabilização da pequena e média propriedade rural, seja propiciando um incremento na renda “per capita”, seja propiciando uma melhoria no nível nutricional da família do pequeno produtor rural através da disponibilização de proteína animal.
 

A demanda pela carne ovina concentra-se na de cordeiros, sendo exigido um produto com teor moderado de gordura, suficiente para garantir a maciez e sabor característico, mas não muito marcante. Tradicionalmente o mercado tem sido abastecido com animais oriundos de sistemas de criação onde atingem condições de abate, com peso vivo entre 28 e 30 kg, aos 150 a 180 dias de idade.
 

Nesse contexto, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento, através do Instituto de Zootecnia, desenvolveu um sistema de criação, que tem apresentado peso médio ao nascer de 4,5 kg e ganhos de peso da ordem de 280 e 240 g/dia nos períodos de pré e pós-desmame, respectivamente. Dessa maneira os cordeiros podem ser desmamados já aos 45 dias de idade, com um peso vivo médio de 17 kg, atingindo 30 kg aos 95-100 dias, estando aptos ao abate. Nessa idade a carne apresenta-se com coloração rosada viva, elevado índice de maciez, sabor inigualável e moderado nível de gordura, suficiente para garantir uma leve cobertura da carcaça e a adequada marmorização.
 

Os estudos conduzidos no Instituto de Zootecnia mostram que a integração entre manejo, alimentação adequada e a utilização de reprodutores selecionados, possibilita o abate super precoce dos cordeiros, sem a necessidade de utilização de medicamentos, anti-helmínticos e de vacinas, pois os mesmos são criados sem qualquer contato com a verminose e a sua imunização contra outras doenças é obtida através da vacinação das matrizes ao final da gestação. Isso garante imunidade às crias através dos anticorpos através do colostro.
 

É este o cordeiro super precoce do Instituto de Zootecnia, um animal abatido com menos de 100 dias, com peso adequado às exigências do mercado, carcaça de qualidade superior e sem qualquer resíduo de produtos químicos, apresentando um produto mais saudável. 

 

Comparação de nutrientes em 100 g de carne ovina

 

carneiro

(animal adulto)

cordeiro

Energia

352,8 cal

162,7 cal

Proteínas

14,4 g

19,3 g

Gorduras

32,8 g

9,5 g

Fonte: Guilherme Franco  CATI/SP

 

Valor nutritivo da carne de cordeiro em comparação com outros tipos de carne (conteúdo por 100 g)

Tipos de Carne

Calorias

Proteínas

Gorduras

CORDEIRO

163

19,3

9,5

BOVINO

244

18,7

18,2

SUÍNO

216

15,5

16,6

CAPRINO

165

18,1

9,4

Fontes: Interdepartamental Commitees on Nutrition for National Development  in: Guilherme Franco  CATI/SP

 

*Essa pesquisa faz parte do Programa de Estímulo aos Agronegócios Especiais da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

 

Origem: Instituto de Zootecnia - IZ - www.iz.sp.gov.br


Eduardo Antonio da Cunha; Pesquisador Científico do Instituto de Zootecnia, Nova Odessa (SP), da Agência de Pesquisa Tecnológica dos Agronegócios - APTA, Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo - SAA, Graduação em Zootecnia. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, UNESP, Brasil.
Contato: cunha@iz.sp.gov.br

 

Mauro Sartori Bueno, Pesquisador Científico do Instituto de Zootecnia, Nova Odessa (SP), da Agência de Pesquisa Tecnológica dos Agronegócios - APTA, Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo - SAA, Graduação em Zootecnia. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, UNESP, Brasil; Mestrado em Zootecnia. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS, Brasil. ; Doutorado em Ciências (Energia Nuclear na Agricultura)-[Cena]. Universidade de São Paulo, USP, Brasil. Pós-Doutorado, Escola Superior Agrária de Bragança Instituto Politécnico de Bragança, ESAB-IPB, Portugal.
Contato:
msbueno@iz.sp.gov.br

 

Luiz Eduardo dos Santos; Pesquisador Científico do Instituto de Zootecnia, Nova Odessa (SP), da Agência de Pesquisa Tecnológica dos Agronegócios - APTA, Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo - SAA, Graduação em Engenharia Agronômica. Universidade de São Paulo, USP, Brasil; Mestrado em Nutrição Animal - Universidade de São Paulo, USP, Brasil.
Contato: cunha@iz.sp.gov.br

 

Cecília José Veríssimo, Pesquisador Científico do Instituto de Zootecnia, Nova Odessa (SP), da Agência de Pesquisa Tecnológica dos Agronegócios - APTA, Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo - SAA, Graduação em Medicina Veterinária. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, UFRRJ, Brasil.Especialização em Curso de Especialização em Zootecnia (Ruminantes). Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, UFRRJ, Brasil. Mestrado em Zootecnia. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, UNESP, Brasil.
Contato: cjverissimo@iz.sp.gov.br



Reprodução autorizada desde que citado a autoria e a fonte


Dados para citação bibliográfica(ABNT):

CUNHA, E.A. da; BUENO, M.S.; SANTOS, L.E. dos; VERÍSSIMO, C.J. Carne de cordeiro - uma nova opção à mesa. 2008. Artigo em Hypertexto. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2008_3/cordeiros/index.htm>. Acesso em:


Publicado no Infobibos em 09/09/2008

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