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O produtor vai pagar mais caro para produzir na safra 2008/09

 

Alceu Richetti [1]

 

 

Produzir soja em Mato Grosso do Sul, na safra 2008/09, ficou mais caro. O custo da próxima safra é o mais elevado das últimas sete safras.
 

A Embrapa Agropecuária Oeste, historicamente, realiza as estimativas de custos de produção para o Mato Grosso do Sul e, neste momento, preocupada com o aumento destes custos divulga suas estimativas para produção de soja e milho para a safra 2008/09.
 

As estimativas de custo poderão ser diferentes daquelas obtidas pelos produtores, em função das diferenças nos sistemas de produção, nível tecnológico, gerência da propriedade, estrutura e valores dos custos de produção.
 

As informações de preços de insumos, serviços e máquinas foram coletadas nos municípios estudados, nos meses de junho e julho de 2008. Salienta-se que, nas estimativas de custo, foram incluídos os valores correspondentes ao seguro agrícola (PROAGRO), com taxas de 2,9% sobre o valor financiado e 2% de administração (pro-labore).
 

Em Dourados, a estimativa de custo, por hectare, para a soja transgênica ficou 49,1% maior que a safra passada, atingindo R$ 1.705,05 e o da soja convencional teve um aumento de 48,2%, chegando a R$ 1.657,34.
 

Nos demais municípios pesquisados, foram estimados apenas os custos para a soja convencional. Em Maracaju, o custo por hectare, ficou em R$ 1.767,86, um aumento de 35,5%; em Ponta Porã, R$ 1.696,95, aumento de 39,7%; em Chapadão do Sul, R$ 1.759,07, aumento de 35,0% e em São Gabriel do Oeste, R$ 1.782,62, aumento de 41,9%.
 

O fertilizante é o insumo que mais exige desembolso por parte do produtor de soja. Na safra 2007/08, o produtor que gastava, em média, R$ 280,00 para adubar um hectare, na próxima safra terá de desembolsar, em média, R$ 540,00, um aumento de 92,9%.
 

Os herbicidas que na safra 2007/08 representavam 9,0% do custo total, na safra 2008/09 reduziram sua participação para 7,4%, apesar do aumento de alguns herbicidas. As sementes mantiveram sua participação ao redor de 6,8%.
 

Quanto aos fungicidas, consideraram-se duas aplicações, tendo nesta safra um impacto médio de 3,8% sobre o custo de produção. Entretanto, este impacto varia à medida que se aumentam o número de aplicações e a variedade de fungicidas.

 

Em relação ao milho, cultivado na safra de verão, os aumentos nos custos são semelhantes aos da soja. Em Dourados, o custo de produção por hectare, no sistema convencional, é de R$ 2.152,90 e, no sistema plantio direto, é de R$ 2.088,49. Em Chapadão do Sul, no sistema convencional, o custo é de R$ 2.525,45 e no sistema plantio direto, é de R$ 2.473,62.
 

Hoje, pelas estimativas apresentadas, os custos médios, por saca, estão abaixo dos preços praticados no mercado, indicando ganhos para o produtor de soja. Já os preços da saca do milho estão em baixa no mercado, podendo causar indecisões para o produtor de milho. Esta baixa está relacionada com a entrada no mercado do milho safrinha.
 

Mais informações podem ser obtidas no site da Embrapa Agropecuária Oeste: www.cpao.embrapa.br/publicações

 

[1] Adm., M.Sc., Embrapa Agropecuária Oeste. E-mail: richetti@cpao.embrapa.br



Reprodução autorizada desde que citada a autoria e a fonte


Dados para citação bibliográfica(ABNT):

RICHETTI, A. O produtor vai pagar mais caro para produzir na safra. 2008/09. 2008. Artigo em Hypertexto. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2008_3/CustoProdutor/index.htm>. Acesso em:


Publicado no Infobibos em 25/08/2008

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