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MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SUAS CONSEQUÊNCIAS NA AGRICULTURA

 

por Orivaldo Brunini

 

Por milhares de anos a Terra tem sido submetida a substanciais variações climáticas. Mas nas últimas décadas uma mudança significativa tem sido observada como, por exemplo, o aquecimento global, má distribuição de chuva e um aumento nos desastres naturais. Se isto é parte de uma variabilidade climática natural ou estas mudanças são um padrão continuo como o relatório do IPPC indica, podemos ser precipitados, mas claramente há uma alteração nos padrões térmicos e hídricos em varias regiões do planeta. Alguns especialistas estão totalmente convencidos que os efeitos do aquecimento e da mudança climática afetarão dramaticamente a espécie humana e todos os organismos vivos; mas por outro lado alguns não concordam com esta teoria e enfatizam que estas variações são fenômenos normais e com certeza um novo período de resfriamento esta para acontecer. Nós procuraremos basear nossa apresentação sobre os efeitos do aquecimento global. (vide apresentação ao final)

 

Uma breve discussão é apresentada sobre os fatores climáticos e elementos de tempo em um modo que os conceitos de mudança climática possam ser visualizados considerando os parâmetros físicos, biológicos e agronômicos. Os vários aspectos relacionados a mudança climática e aquecimento global são discutidos com base no relatório do IPPC.

 

O aumento em desastres naturais, o efeito do ser humano em favorecer a ocorrência destas anomalias e os conceitos relacionados à variabilidade climática e adversidades meteorológicas são discutidos considerando o efeito combinado do crescimento populacional e fenômenos de grande escala como ENSO.

 

Alguns exemplos são também discutidos considerando o padrão climático em escala de vários anos, para localidades do Brasil, e outros países da América Latina. Por exemplo, é conhecido que as características macroclimáticas de todas as regiões estão apresentando mudanças significativas, e o elemento mais indicativo é a temperatura do ar, como será demonstrado para várias localidades, enquanto em outras onde o efeito urbano esta anomalia não é significativa. Outro aspecto a ser discutido é o Balanço Hídrico, simulações apresentam resultados que indicam que os termos do BH não servem para quantificar mudanças climáticas. Exemplos são usados para indicar que aquecimento global ou mudança climática simples, mas todos os fatores físicos e agronômicos devem ser considerados. Analises especificas serão apresentadas para a cultura do feijoeiro.

 

Se nós considerarmos que os cenários estabelecidos pelo IPCC descrevem um aumento acentuado na temperatura do globo, e no aumento significativo de eventos meteorológicos extremos como: seca, inundação, geada, etc., tecnologias e pesquisa são cada vez mais necessárias para adaptação e mitigação e sobrepor à estas adversidades, em especial na agricultura e com vista a um adequado nível de produtividade e segurança alimentar.

 

A área agrícola do ponto de vista social e econômico é sem dúvida o segmento mais favorável da introdução de políticas de desenvolvimento agrometeorológico apoiado em estratégias agronômicas para redução dos efeitos das variabilidades climáticas sobre as culturas. Ações como: I) Sistema de Alerta; II) Rede Meteorológica; III) Manejo de Irrigação; IV) Épocas de Plantio; V) Zoneamento Agrícola; VI) Estatística Temporal; VII) Manejo de Solo e Plantio Direto; VIII) Uso de Culturas Adaptadas e Melhoramento Genético; são algumas das tecnologias que serão abordadas e discutidas.

 

Outros aspectos, a serem abordados serão relacionados aos Modelos de Circulação Global (GCM) e os cenários propostos, considerando-se a validação de grande escala para escala regional. As fraquezas na previsão de chuva e prognóstico de seca para diferentes espécies vegetais (Plantas C3 e C4).

 

Além disto, um breve comentário é feito para os processos de adaptação e mitigação em cenários de pouca e grande mudança no padrão meteorológico, e as limitações para alcançar bons resultados das técnicas de mitigação.Por outro lado uma simulação dos riscos climáticos com relação à alta temperatura do ar na fase de florescimento da cultura do feijoeiro são apresentados , assim como a incidência de veranicos e estiagem agrícola .

 


               Apresentação

 * Palestra proferida no IX CONAFE - www.conafe.com.br


Orivaldo Brunini é Pesquisador Científico do Instituto Agronômico - IAC e Diretor do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Ecofisiologia e Biofísica
Engenheiro Agrônomo: UNESP - Jabotical - 1971
Mestrado: CENA - USP - 1975
Doutorado: University of Guelph. - Canadá -1979
Linhas de Pesquisas: Bioclimatologia; Microclimatologia; Fenologia; Modelagem Agroclimatológica; Micrometeorologia; Agrometeorologia operacional; Água-Solo-Planta-Atmosfera
Contato: brunini@iac.sp.gov.br



Reprodução autorizada desde que citado a autoria e a fonte


Dados para citação bibliográfica(ABNT):

BRUNINI, O.  Mudanças climáticas e suas consequências na agricultura. 2008. Artigo em Hypertexto. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2008_4/MudancasClimaticas/index.htm>. Acesso em:


Publicado no Infobibos em 24/11/2008

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