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Digilab: tecnologia a serviço do produtor e do ambiente

 

Sérgio Zambon
Ricardo Junqueira

 

A tecnologia e a informática estão cada vez mais presentes em nossas vidas e isso não é diferente para os agricultores, que realizaram uma extraordinária revolução tecnológica nas duas últimas décadas. Ao lado de melhores insumos, foi esse avanço que permitiu o grande crescimento da produtividade e da produção, com um pequeno aumento da área cultivada. Computadores com acesso em tempo real aos principais sites, celulares que possibilitam a conexão com todo o mundo, informações meteorológicas antecipadas, analisadores de solo e GPS para identificar as características de cada trecho da propriedade são algumas das ferramentas que possibilitaram aos produtores rurais brasileiros alta competitividade internacional.

 

O que faltava era aperfeiçoar o uso da informática e das telecomunicações para avaliação rápida das doenças que atacam as diferentes culturas.  Até bem pouco tempo os diagnósticos dessas doenças e pragas eram realizados apenas em laboratórios especializados, muitas vezes, bem distantes das fazendas. Entre o envio das amostras pelo agricultor, o recebimento pelos técnicos responsáveis e a posterior entrega dos resultados, havia um intervalo que na maioria das vezes era bastante longo e em alguns casos comprometia a sanidade dos cultivos.

 

Para ajudar a desenvolver o agronegócio, seus fornecedores vem fazendo sistemáticos investimentos em pesquisa e tecnologia. A BASF, como uma empresa que aposta em inovação, disponibiliza o Digilab, uma ferramenta que pode diagnosticar com muita antecedência, rapidez e precisão doenças difíceis de visualizar e que atacam os principais cultivos do Brasil. O que certamente representará uma grande contribuição ao setor rural.

 

O Digilab é um serviço de assistência técnica gratuito, simples de utilizar, portátil e de rápido diagnóstico. O sistema auxilia na identificação dos sintomas das principais doenças em diferentes tipos de plantações e ajuda o produtor a escolher o procedimento correto de prevenção e controle. Com um microscópio digital, capaz de aumentar a imagem em até 200 vezes, o equipamento traz um software com um vasto banco de dados e imagens das principais doenças.

 

Um dos diferenciais do equipamento é a qualidade no diagnóstico. Ao suspeitar que sua lavoura esta sofrendo o ataque de uma doença, o produtor recolhe algumas amostras das plantas, como folhas e hastes, e encaminha ao profissional capacitado pela BASF para operar o equipamento, chamado de Gestor de Produtividade, mais próximo de sua propriedade e em poucos segundos obtêm o diagnóstico da lavoura. Isso permite ao produtor realizar o tratamento no momento certo, evitando prejuízos causados pelo uso tardio ou inadequado do fungicida ou inseticida, número de aplicações insuficiente ou excessivo, assim como outras despesas desnecessárias que possam contribuir para a redução da sua rentabilidade. Nesse primeiro momento, 700 Gestores espalhados por todo o Brasil, estarão habilitados para operar o Digilab.

 

Aparelho do Digilab, microscópio digital capaz de aumentar a imagem em até 200 vezes

 

Além de identificar a doença, o Digilab auxilia os Gestores de Produtividade na indicação do melhor tratamento e na definição do momento certo de efetuá-las, evitando despesas desnecessárias que interfiram no resultado final do produtor. O Digilab é similar ao microscópio utilizado pela medicina para identificar manchas na pele humana, adaptado para o mercado agrícola. À medida que se constata a doença em fase inicial, o controle é mais eficaz e o produtor tem garantia de produtividade porque ainda não houve perdas na lavoura.

 

Exemplo de um diagnóstico sendo realizado

 

O banco de dados foi desenvolvido com base na literatura especializada e com apoio dos pesquisadores de universidades renomadas. Na atual versão do banco de dados, estão disponíveis 44 das principais doenças, entre elas a antracnose, mofo-branco, mancha de phoma, requeima e ferrugem que afetam os cultivos do café, batata, soja, milho e feijão. O acervo disponível é consultado pelo Gestor de Produtividade, que faz o comparativo com a amostra recebida.  Não basta conferir a folha e buscar o diagnóstico no banco de dados, é necessário contar com a ajuda de um técnico, no caso o Gestor de Produtividade, para interpretar os resultados obtidos. O programa será atualizado mensalmente e a previsão é que até o final de 2009 sejam inseridas informações sobre as principais doenças e também pragas que afetam as lavouras, totalizando 15 culturas.

 

Outra característica do programa é a interatividade. Para poderem navegar no Digilab, os Gestores devem estar cadastrados na comunidade Top Ciência www.topciencia.com.br. Nessa comunidade são promovidos fóruns de discussão com temas relevantes referentes à proteção de plantas onde os Gestores de Produtividade compartilham imagens, promovem debates e esclarecem dúvidas a respeito de doenças e diagnósticos.

 

Além de todas as vantagens apresentadas, essa nova tecnologia também contribui com a preservação do meio ambiente, pois a rápida identificação de doenças permite o uso de produtos e de doses adequadas, evitando o excesso ou desperdício de produtos lançados nas lavouras. Vários diagnósticos já vêm sendo feitos em 13 estados e mais de 150 cidades do país.

 

Para facilitar ainda mais o processo, é possível para o Gestor de Produtividade visualizar pela internet um mapa que indica a maior incidência de cada doença em todos os estados do Brasil. No site www.agro.basf.com.br é possível visualizar as ocorrências de doenças identificadas pelo Digilab. Com o mapa de diagnóstico ele consegue saber quais são as doenças que têm causado preocupação aos agricultores. Além disso o nome e e-mail de todos os Gestores de Produtividade também estarão no site, por exemplo no estado do Mato Grosso das 44 ocorrências já catalogadas 22 foram de ferrugem asiática da soja e 6 diagnósticos para oídio.

 

Essa inovação é mais um serviço para aprimorar o trabalho dos produtores rurais, que hoje, em sua grande maioria, têm consciência da importância de incorporar tecnologias modernas na atividade agrícola. Efetuar a correta dosagem de adubos e calcários, usar sementes melhoradas, tratores, implementos e equipamentos adequados e, agora analisar rapidamente as doenças e pragas e combatê-las traz resultados positivos no aumento físico de produção, via ganhos de produtividade.

 

Exemplo de mapa de diagnóstico disponível no site

 


Sérgio Zambon é Engenheiro Agrônomo e Gerente de Desenvolvimento de Mercado de Proteção de Cultivos da BASF no Brasil

 

Ricardo Junqueira é Engenheiro Agrônomo e Coordenador de Desenvolvimento de Mercado de Proteção de Cultivos da BASF



Reprodução autorizada desde que citado a autoria e a fonte


Dados para citação bibliográfica(ABNT):

ZAMBON, S.; JUNQUEIRA, R.  Digilab: tecnologia a serviço do produtor e do ambiente. 2009. Artigo em Hypertexto. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2009_2/Digilab/index.htm>. Acesso em:


Publicado no Infobibos em 22/06/2009

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