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Histórico das identificações de himenópteros parasitóides no Instituto Biológico

Valmir Antonio Costa

 

Lagarta de Diatraea saccharalis parasitada por Cotesia flavipes.
Foto: H.N. de Oliveira

Desde que o serviço de identificação de himenópteros parasitóides teve início no Laboratório de Controle Biológico, do Centro Experimental Central do Instituto Biológico (CEIB), em 1999, foram recebidas 302 solicitações de identificação, contabilizando mais de 20.900 insetos, dos quais 54,1% foram identificados até espécie e 80,9% tiveram ao menos o gênero determinado. As famílias com maior número de representantes são Braconidae, Eulophidae, Aphelinidae e Pteromalidae, com 31,7, 25,7, 14,1 e 11,2%, respectivamente. A maioria desse material encontra-se depositada na Coleção Entomológica “Oscar Monte”, do CEIB.

Incluindo solicitações de colegas de outros laboratórios do próprio Instituto Biológico, são 50 instituições de pesquisa solicitando identificações de parasitóides. Foi recebida também uma solicitação de um produtor rural de Nova Xavantina, MT, para identificação de parasitóide de cochonilha-das-pastagens. Destacam-se uma solicitação oriunda da Universidad Pedagógica y Tecnológica de Colombia (Tunja, Colômbia) e outra da Tarbiat Modares University (Varamin, Irã), o que indica que o trabalho de identificação de parasitóides leva o nome do Instituto Biológico para além das fronteiras do Brasil.

Os himenópteros parasitóides recebidos foram coletados em 23 estados brasileiros, totalizando 140 municípios. Além das duas solicitações estrangeiras, há também espécimes provenientes da Argentina, Grécia e México, mas que foram enviados por instituições nacionais.

Os parasitóides foram obtidos de mais de 130 espécies de insetos, sendo 79 insetos sinantrópicos ou pragas de culturas anuais e perenes, plantas ornamentais, essências florestais e grãos armazenados, totalizando 92 espécies de plantas. A larva-minadora-da-folha-dos-citros (Phyllocnistis citrella) é a praga com maior número de solicitações de identificação de parasitóides, com 12,6%, seguido pelo grupo das moscas-das-frutas (Tephritidae), com 7,3%; o bicho-mineiro (Leucoptera coffeella) e a lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) empatam em terceiro lugar (2,3%). Nos citros foi coletado o maior número de parasitóides, com 19,9% das solicitações; a seguir, um empate técnico entre eucalipto, café e milho, com 4,0, 3,3 e 2,6%, respectivamente.

Além de himenópteros parasitóides, foram também recebidas seis espécies de himenópteros fitófagos, sendo uma encontrada em goiaba, uma em ingá, duas obtidas em anonáceas e duas em eucalipto. Estas duas últimas foram o primeiro registro no Brasil, sendo uma delas também o primeiro nas Américas.

As identificações serviram a pesquisadores, engenheiros agrônomos de empresas privadas, professores universitários e alunos de pós-graduação em seus estudos, servindo ainda para a certificação da pureza de colônia de parasitóides a serem importados do México e também para que um produtor rural pudesse estabelecer o controle biológico de pragas em sua propriedade. Foram úteis para 20 dissertações de mestrado ou teses de doutorado e resultaram em 16 artigos ou comunicações científicas e 40 resumos apresentados em eventos.

O autor deste texto, responsável pelas identificações, teve a valiosa colaboração dos seguintes taxonomistas: Dra. Angélica M. Penteado Martins Dias (Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, SP), Dr. Ayres de O. Menezes Júnior (Universidade Estadual de Londrina, Londrina, PR), Dr. Celso O. Azevedo (Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, ES), Dr. Christer Hansson (Lund University, Lund, Suécia), Dr. John LaSalle (CSIRO - Commonwealth Scientific and Industrial Research Organization, Canberra, Austrália), Dr. John S. Noyes (British Museum of Natural History, Londres, Inglaterra), Dr. John T. Huber (ECORC - Eastern Cereal and Oilseed Research Centre, Ottawa, Canadá), Dr. Jorge A. Guimarães (Embrapa Agroindústria Tropical, Fortaleza, CE), Dr. Marcelo T. Tavares (Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, ES), Dr. Nelson W. Perioto (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, Polo Ribeirão Preto, SP), Dra. Ranyse Q. B. da Silva (Embrapa Roraima, Boa Vista, RR), Dr. Robert L. Zuparko (California Academy of Sciences, San Francisco, EUA), Dr. Serguei V. Triapitsyn (University of California, Riverside, EUA) e Dra. Tânia M. Guerra (Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC).

Origem: Instituto Biológico - www.biologico.sp.gov.br


Valmir Antonio Costa possui graduação em Engenharia Agronômica pela Universidade de São Paulo (ESALQ, 1985), mestrado em Entomologia pela Universidade de São Paulo (ESALQ, 1989), doutorado em Entomologia pela Universidade de São Paulo (ESALQ, 1995). Atualmente é pesquisador científico do Instituto Biológico,  Centro Experimental Central, Campinas-SP e professor do Programa de Pós-Graduação em "Sanidade, Segurança Alimentar e Ambiental no Agronegócio". Atua em trabalhos na área de Agronomia, com ênfase em Entomologia Agrícola, Taxonomia de Himenópteros Parasitoides e Controle Biológico de Pragas com Parasitoides.
CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/9103689966891823

Contato: valmir@biologico.sp.gov.br



Reprodução autorizada desde que citado a autoria e a fonte


Dados para citação bibliográfica(ABNT):

COSTA, V.A.  Histórico das identificações de himenópteros parasitóides no Instituto Biológico. 2009. Artigo em Hypertexto. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2009_3/himenopteros/index.htm>. Acesso em:


Publicado no Infobibos em 09/09/2009

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