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A CATI NO COMBATE À ESCALDADURA DAS FOLHAS NA AMEIXEIRA

 

DSMM/CATI

 

 

 

A escaldadura das folhas na ameixeira, doença mais importante dessa cultura, é causada pela bactéria chamada Xylella fastidiosa e tem gerado sérios danos aos pomares de ameixa no Estado de São Paulo e demais estados tradicionalmente produtores de ameixa, inviabilizando precocemente a produção do pomar. A bactéria multiplica-se e desenvolve-se nos vasos lenhosos onde flui a seiva bruta, que vai da raiz para as folhas. Esses vasos ficam entupidos com as bactérias, restringindo a passagem da seiva.

 

Os sintomas se manifestam inicialmente em parte da copa, em um determinado ramo, sendo bem característica a sua identificação visual, após a produção dos frutos, nos meses de janeiro e fevereiro. Com o passar do tempo, entre um e dois anos, a planta toda passa a exibir os sintomas, inviabilizando sua produção.

 

Nos ramos afetados o crescimento vegetativo é inibido com formação de folhas de menor tamanho e internódios curtos. As folhas exibem clorose com bordas  secas e quebradiças, como se tivessem sido escaldadas, originando, daí, seu nome. Os frutos que chegam a formar nos ramos atingidos são de baixo calibre.

 

A propagação da doença se dá por meio do enxerto realizado com gema vegetativa (borbulha) retirada de planta matriz contaminada com a bactéria da escaldadura, dando origem a uma muda já doente, a despeito de, nem sempre exibir os sintomas no viveiro. Uma vez plantada no campo, esta muda exibirá os primeiros sintomas, logo no primeiro ano.

 

A muda doente pode levar a doença a longas distâncias, cruzando fronteiras de estados e países, caso não passe por inspeção quarentenária. Assim, borbulhas para enxerto e mudas contaminadas, salvo novos estudos que comprovem o contrário, são as únicas formas de introdução da doença em regiões novas no cultivo da ameixa e livres da escaldadura.

 

Em regiões onde a escaldadura está presente, as plantas sadias jovens e adultas podem ser contaminadas pelo inseto vetor que é cigarrinha.  Não há estudos para a cultura da ameixa, indicando quais espécies de cigarrinhas são as transmissoras e qual a eficiência na transmissão, mas, possivelmente, são as mesmas cigarrinhas que transmitem esta bactéria nos citros.

 

Até o presente momento não há como curar a planta afetada. Usos de antibióticos a campo não têm se mostrado eficazes. O corte de ramos afetados logo que exibem o sintoma ajuda a diminuir o foco na planta e no pomar, embora não seja eficiente para permitir longevidade ao pomar.

 

Deve-se evitar a instalação da escaldadura no pomar, em primeiro lugar, com a  utilização de mudas de ameixa livres da bactéria. Para isso, o material de propagação para o enxerto, deve ser coletado de plantas matrizes livres da bactéria, mantidas protegidas sob telado, para impedir sua contaminação como já comentado. Além disto, após enxerto as mudas devem se desenvolver com controle eficaz da cigarrinha no viveiro e seu entorno e este viveiro deve estar longe de pomares contaminados. A maior eficiência para manter a muda em sua fase de formação, livre da contaminação é produzi-la, também protegida sob telado, como hoje é a exigência para produção das mudas cítricas.

 

 

No campo, o controle da cigarrinha deve ser o foco, uma vez que somente ela poderá contaminar o pomar sadio com a escaldadura.

 

Segundo informa o Eng° Agr° Emmanuel Afonso Souza Moraes, diretor do Núcleo de Produção de Mudas de Itaberá, a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), por intermédio de seu Departamento de Sementes, Mudas e Matrizes (DSMM), mantém nos Núcleos de Produção de Mudas e na unidade de Itaberá, desde 1999, uma borbulheira protegida com tela anti-afídeos, com diversas variedades comerciais de ameixa livres da escaldadura, com laudos de sanidade emitidos periodicamente.

 

Todas as mudas de ameixa produzidas pelo DSMM/CATI são enxertadas com essas borbulhas livres da escaldadura e as mudas a partir da safra 2009 são produzidas desde o porta-enxerto Okinawa até a muda pronta para entrega ao produtor, dentro de estufa fechada com tela.

 

  


Departamento de Sementes e Mudas da CATI: Av. Brasil, 2340 - Bairro Vila Itapura - CEP : 13070-178, Campinas-SP
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Reprodução autorizada desde que citado a autoria e a fonte


Dados para citação bibliográfica(ABNT):

CATI - DSMM  A CATI no combate à escaldadura das folhas na ameixeira. 2009. Artigo em Hypertexto. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2009_4/ameixa/index.htm>. Acesso em:


Publicado no Infobibos em 09/10/2009

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