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Embrapa Algodão lança cultivar de mamona

Daniela Garcia Collares


A BRS Gabriela é mais precoce, tem alto teor de óleo e ampla adaptação
 

A cultivar de mamona BRS Gabriela será lançada, em julho, durante o V Congresso de Mamona que acontece em Guarapari/ES, realizado pela Embrapa Algodão (Campina Grande/PB), Embrapa Agroenergia (Brasília/DF), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e o Incaper/Governo do estado do Espírito Santo. A cultivar, desenvolvida pela Embrapa Algodão, é um material precoce com alto teor de óleo e  com ampla adaptação, em relação às existentes no mercado.

A nova cultivar tem ciclo em torno de 150 dias entre o plantio e a maturação dos últimos racemos. Apresenta produtividade média de 1900 kg/ha em sequeiro, com altura de planta em torno de 160 cm. Em relação ao peso de 100 sementes, a BRS Gabriela, pode variar de 50 a 55 gramas, sendo que a BRS Energia é de 35 a 42 gramas. As sementes são rajadas, marrom avermelhada e bege, com teor de óleo em média de 50%.

Em virtude da maioria dos cultivos de mamona serem realizados em região semiárida, é fundamental que sejam utilizadas cultivares precoces, pois com isso reduz-se o período que a planta necessita de maiores volumes de água e é possível produzir mesmo com curtos períodos de chuva, explica a pesquisadora da Embrapa Algodão Máira Milani. Os pesquisadores Márcia Nóbrega, Francisco Pereira de Andrade e Nelson Dias Suassuna também são responsáveis pelo lançamento da cultivar.

A cultivar BRS Gabriela tem origem na linhagem CNPAM 2001-42, selecionada em 2001, em Irecê, BA, a partir de linhagens segregantes oriundas de cruzamentos entre as cultivares BRS Nordestina e BRS Paraguaçu, com altura inferior aos parentais. 

“Tem excelentes indicações para agricultura familiar”, destaca Máira. “Recomendamos o cultivo solteiro, ou seja, o monocultivo. Mas a BRS Gabriela também pode ser cultivada em consórcio com culturas de pequeno porte e ciclo curto, como o feijão, o caupi e o amendoim” adianta a pesquisadora. 

A cultivar foi testada em todos os estados da região Nordeste, e ainda em Goiás, Roraima e Rio Grande do Sul, mostrando-se mais produtiva que a BRS Energia na maioria dos estados ou com diferenças não significativas.

O óleo de mamona tem diversos usos e alto preço no mercado. Pode ser utilizado desde lubrificantes, tintas, até próteses ósseas e plástico biodegradável. Além destes usos do óleo de mamona, há o uso deste na fabricação do biodiesel, que é um combustível limpo e renovável.

A mamona tem área de cultivo no Brasil entre 120 a 150 mil hectares, estando cerca de 80% da produção na Bahia. Entre os principais estados produtores também figuram Ceará, São Paulo, Minas Gerais, e Piauí. Na Bahia, a produtividade é de 600 a 700 kg de bagas por hectare, com teor de óleo de 48%. Melhorando os sistemas de produção, diz Máira Milani, pode-se, no mínimo, dobrar essa produtividade. O aumento de produção do óleo de mamona poderá atender ao mercado brasileiro, que importa grandes volumes dessa matéria-prima da Índia, para atender a demandas crescentes das indústrias de lubrificantes, nylon, tintas, produtos secativos e ácido ricinoleico, complementa Máira. 

Mais informações sobre a cultivar de mamona BRS Gabriela entrar em contato com a Embrapa Algodão no site www.cnpa.embrapa.br, pelo email sac@cnpa.embrapa.br, ou pelo telefone (83) 3182-4300. 


Daniela Garcia Collares (MTb/114/01 RR) é Jornalista da Embrapa Agroenergia
E-mail:
daniela.collares@embrapa.br    
Tel: (61) 3448-1581


Reprodução autorizada desde que citado a autoria e a fonte


Dados para citação bibliográfica(ABNT):

COLLARES, D.G. Embrapa Algodão lança cultivar de mamona. 2012. Artigo em Hypertexto. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2012_3/mamona/index.htm>. Acesso em:


Publicado no Infobibos em 06/08/2012

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