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Importância da embalagem na manutenção da qualidade pós-colheita de frutas

 

Maria A. Lima
Pesquisadora Cientifica
Centro de Engenharia e Automação/IAC

 

Frutas e hortaliças são alimentos altamente perecíveis. Devido ao seu alto teor de umidade e nutrientes, são meios excelentes para o desenvolvimento de microrganismos. A qualidade está diretamente ligada ao ponto de colheita e manuseio adequado, pois todo trauma sofrido pelas frutas e hortaliças após a colheita terá reflexo na vida de prateleira. O termo qualidade se refere ao grau de excelência de um produto, que engloba propriedades sensoriais (aparência, textura, sabor e aroma), químicas, mecânicas e funcionais, e valor nutritivo.

Importante observar que existe mais de um cliente na cadeia de comercialização. A próxima pessoa ou instituição na cadeia pode ser considerada um cliente pela anterior: produtor, embalador, distribuidor e/ou atacadista, varejista, gerente de produto, e , finalmente, o consumidor que realmente come o produto. Cada um com seu julgamento e com um conjunto próprio de qualidades ou critérios de aceitabilidade, por expectativas e preferência pessoal. O uso de embalagens visa manter a qualidade através da manutenção de: aparência, textura, sabor, valor nutritivo, segurança alimentar, reduzindo perdas qualitativas e quantitativas entre a colheita e o consumo.

Os danos mecânicos são as principais causas de perdas na pós-colheita de frutas e hortaliças, podendo provocar uma série de alterações metabólicas e fisiológicas. Esses danos podem ser ocasionados por impacto, compressão e vibração.

O impacto pela queda em uma superfície dura, pelo contato com outro frutos. A compressão, pela pressão nos frutos com as mãos, na escolha numa banca de supermercado. A vibração, durante o transporte em caminhões.

Embalagem é tudo que possa acondicionar o alimento que exerça funções de proteção contra contaminação e perdas, facilite o transporte e a distribuição, identifique o fabricante e o padrão de qualidade, atraindo com isso a atenção do consumidor. Além das exigências de proteção do alimento, a embalagem deve ser economicamente viável e respeitar as restrições de legislação e do meio ambiente.

Em relação à função protetora, a embalagem influencia a vida de prateleira do alimento. Define-se vida de prateleira como o tempo decorrido desde a produção até a utilização, durante o qual frutas e hortaliças apresentem qualidade satisfatória em termos sensoriais, nutricionais e microbiológicas.

O produto que sai do produtor em embalagem pronta para o comércio varejista tem maior vida de prateleira em relação aos comercializados em embalagens com grandes quantidades e a granel, devido ao maior manuseio que esses produtos sofrerão. Como exemplo, abaixo são apresentadas fotos de produtos comercializados na CEAGESP em embalagens pronta para o comércio varejista.


Cajus embalados em bandejas de isopor recoberta com filme de PVC esticável, acondicionados em caixa de papelão.

 

 


Carambolas embaladas em bandeja de isopor recoberta com filme de PVC esticavel, acondicionadas em caixa de papelão.

 

 


Mamões Papaia embalados em badeja de tereftalato de polietileno com 4 unidades, acondicionados em caixa de papelão.

 

 


Seriguelas embaladas em cumbuca de papelão recoberta com filme de PVC esticável, acondicionadas em caixa de papelão.

 

 


Romãs embaladas em bandeja de isopor recoberta com filme de PVC esticável, acondicionadas em caixa de papelão.

 

Os produtos que são comercializados em caixas de papelão ou madeira no atacado, terão a proteção da caixa durante o transporte, porém serão mais manipulados, pois provavelmente serão reembalados em porções menores ou serão comercializados a granel no varejo, fatores que refletirão na qualidade pós-colheita desses produtos, exemplos:


Carambola em caixa de papelão

 

 


Abacate em caixa de papelão

 

 

Manga em caixa de madeira.



Mamão Papaia em caixa de papelão



Abacate em caixa de madeira

O produto comercializado a granel é empilhado na carroceria do caminhão sem embalagem ou com um filme plástico para contenção. Esse tipo de transporte causa grandes danos mecânicos ao produto, pela sobreposição e atrito entre os frutos. Esse sistema é muito utilizado para mamão Formosa, melancia, abacaxi, laranja e manga. Produtos comercializados dessa forma sofrerão danos durante o transporte do produtor até a central de abastecimento e de lá até o mercado varejista, onde poderão ser vendidos a granel ou embalados. Abaixo, exemplo de transporte a granel de abacaxi e laranja.

 


Bibliografia:

ABBOTT, J.A. Quality measurement of fruits and vegetables. Postharvest Biology
and Technology,
v.15, p. 207-225, 1999.
CHITARRA, M. I. F.; CHITARRA A. B. Pós-colheita de frutos e hortaliças:
fisiologia e manuseio. Lavras: 2 ed, -Lavras:UFLA, 2005.


Reprodução autorizada desde que citado a autoria e a fonte


Dados para citação bibliográfica(ABNT):

LIMA, Maria. A.; Imunocastração: mais uma importante ferramenta para o pecuarista 2014. Artigo em Hypertexto. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2014_1/frutas/index.htm>. Acesso em:


Publicado no Infobibos em 12/05/2014

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